quarta-feira, 29 de junho de 2011

"Lea T. é o máximo! Um mulherão", diz Sônia Braga

Uma coleção de parar os corações, com duas musas-escândalo para representá-la. O desfile de Adriana Degreas, que aconteceu ontem à noite, na São Paulo Fashion Week, trouxe Antonia Frering, filha da diva-mor do society, Carmen Mayrink Veiga, a bordo de um deslumbrante caftã de costelas de adão, e Sonia Braga, de saia lápis e body, arrancando aplausos fervorosos da plateia, mexendo os cabelos e dando paradinhas estratégicas ao som de 'Tigresa'. "Beee, como você fez para ele ficar lindo e domado desse jeito?", brincava Sonia Braga no backstage com o profissional que cuidou do seu cabelo. Bem-humoradíssima, a eterna Gabriela tinha um camarim só pra ela, mas toda hora dava uma passadinha onde as outras modelos estavam. "Fico muito solitária", dizia a atriz, enquanto elogiava os olhos de uma new face.

Quis saber quem ela admira no mundo da moda? "Não estou puxando brasa para a nossa sardinha porque ela é brasileira não, mas a Lea T. é o máximo. Acho um mulherão, linda e elegante. É o nome da vez no fashion internacional."

Sobre a coleção: misture dunas da Gal e Studio 54 e jogue numa ilha chiquérrima de Angra, onde a natureza - estampas de plumagem de araras azuis e de folhas de bananeira - deleita o jet-set. Como não desejar o maiô-caftã, a túnica indígena, as penas tribais dos biquínis, as formiguinhas douradas, as costelas de adão em metal que arrematam os maiôs, a gigante cacatua printada em seda? Só louca, como diria Gal, musa desse glamour ultratropical.

Muitos estilistas adoram uma performance; uns se dão bem, enfeitando a apresentação de suas coleções, outros se dão mal, atrapalhando sua evolução. No segundo caso, encaixou-se o desfile da V. Rom, que criou uma patética fila indiana de modelos que barravam o olhar de todo um setor da plateia (meu caso). Não vi, não gostei, não quero saber...

Não foi o caso do lírico desfile de Fause Haten, que vendou as modelos, declamou poesias ao som de caixinhas de música e ainda nos brindou com uma boa coleção, focada no contraste de pesos, em que metais e cristais se penduravam sobre rendas levíssimas, em total desafio à gravidade. Nos bastidores, ele dizia que pretende mudar de profissão e virar decorador de festas. A moda perderia muito...

A Neon desfilou no Museu Brasileiro de Escultura, em meio aos concretos da área externa, com muita gente reclamando do sol forte. Mas valeu a ¿torradinha de leve¿ para o exótico desfile-show, inspirado nos balneários chiques dos anos 60.

Na bela Bahaus tropical, as modelos vieram com a cabeça coberta ¿ seja por lenços megacoloridos ou adereços de palha, verdadeiras esculturas. Um charme também as rasteirinhas com detalhes de sombrinhas metálicas, do designer Hector Albertazzi.

Os anos 60 estavam lá - nos caimentos das peças fluidas e transparentes, com motivos étnicos e que brincavam com o contraponto rústico-luxo. Essa ideia se traduziu na variedade dos materiais - zibeline e da seda pura ao couro e a palha. Caroline Ribeiro encerrou a apresentação, dando uma provincial paradinha inclinada, como faziam as modelos da época da Rhodia.

A Ellus também fez desfile ao ar livre, numa coleção sem os tantos jeans de praxe. Novos caminhos trouxeram túnicas arredondadas incríveis, shorts de python prata, boleros ultracurtos de couro, paetês metalizados misturados a foscos em vestidos que prometem grandes vendas, regatas com motivos florestais e pegada motoqueira nas luvinhas com tachas. A top Geanine Marques fez apresentação ao vivo com sua banda Stop Play Moon.

Antes de o desfile da Cia. Marítima começar, Isabeli Fontana, a estrela máxima, retocava a maquiagem e, por telefone, ajudava o filho Zion com os deveres da escola. "Ele estava com algumas dúvidas de matemática. Apesar de viajar muito, faço o que eu posso para estar no dia a dia dos meninos", disse ela, também mãe de Lucas, à coluna.

A coleção inspirou-se na Barbie, com direito a uma bonequinha de brinde para cada convidado. Isabeli encerrou a apresentação encarnando a versão morena do brinquedo num biquíni de laços, enquanto a louríssima Aline Weber abriu o desfile num lindo modelo com suspensórios, personificando a lendária boneca como ninguém.

O clima retrô deixou os biquínis e maiôs comportadíssimos, com modelagens largas. Nas cores, o laranja, o pink e tons flúor e, muitas vezes, tudo misturado em modelos listrados. Nas estampas, também se viam flores, oncinhas em profusão (que ninguém mais aguenta) e cobras coloridíssimas. Destaque para o sutiã retorcido, sem alças e com detalhes em jacquard de renda, usado por Barbara Berger.