Para brasileiros, andar de bicicleta na orla, pegar ondas no mar e jogar vôlei de praia são práticas divertidas e que não têm mistérios. Mas esportes de inverno, especialmente os praticados na neve, como o esqui, podem parecer impossíveis para quem está acostumado a altas temperaturas. Ao menos, à primeira vista.
"Morei nos Estados Unidos, mas nunca tinha esquiado. Na primeira vez em que tentei, não fiz aula e fiquei insegura", disse a turista brasileira Alessandra Haybttle, que, pela segunda vez, pratica o esporte em Termas de Chillán, região a 480 km de Santiago, no Chile.
O complexo turístico tem pistas e programas especiais para quem quer começar a se aventurar nesta prática. "Vale a pena fazer aula por pelo menos uma ou duas horas", recomenda a turista. "Assim você aprende as técnicas básicas e se sente mais seguro para brincar sozinho depois. É um investimento", continua. Na região, uma hora de aula de esqui para duas pessoas custa cerca de R$ 120. Para grupos de três a sete pessoas, o valor vai para R$ 200. No preço, não está incluso o aluguel de equipamentos e roupa de esqui.
Roupas e equipamentos
Vestir as roupas adequadas para esquiar é importante para não sofrer com as baixas temperaturas durante o esporte. Assim, o esquiador pode se concentrar só na prática e não temer as quedas também pelo frio. Recomenda-se o uso de casaco e calça impermeáveis, além de luvas e meias próprias. Usar muitas camadas de meias ou meias muito grossas pode dificultar os movimentos com os pés.
Começando a deslizar
Em uma primeira aula, é possível aprender desde como andar com a pesada (e no começo desconfortável) bota de esquiar. "É necessário flexionar os joelhos o tempo todo", explica o instrutor da estação de esqui de Termas de Chillán, Zoilo Aguilera, que ensina os turistas a esquiar há três anos e já pratica o esporte há 20.
Os instrutores costumam começar a aula mostrando como prender a bota no esqui e a se movimentar primeiro com um só pé com o equipamento. Tudo pronto, é hora de começar a se equilibrar: para alívio de muitos, em um lugar plano, sem riscos de sair esquiando "sem querer". "O importante é manter o corpo sempre inclinado para frente", ressalta Tirson Navarreta, que ensina esqui há oito anos na mesma estação. "O esqui é feito para suportar o peso de nosso corpo. Jogando o corpo para frente, o risco de cair é bem menor. Todo o equipamento é desenhado para isso", conta. Ele também indica colocar as mãos na cintura, caso não esteja usando bastões. "Ajuda a dar equilíbrio", diz.
Subidas podem assustar
Para quem nunca foi a uma estação de esqui, a subida à montanha pode causar mais estranhamento do que a própria descida. Geralmente feita por teleféricos ou por cabos de aço que puxam o esquiador em pé, deslizando rumo ao alto da montanha, a subida também exige cuidado e, mais do que isso, atenção. "O corpo precisa estar bem-posicionado: joelhos flexionados, coluna reta, sem se inclinar para trás", orienta Aguilera. Já os teleféricos exigem cuidado ao subir, porque não param para que o turista se sente. Ao descer do transporte, é necessário concentrar-se também para sair esquiando.
Segredos
Mas nada disso assusta se você aprende, antes de se arriscar, a fazer uma boa "cunha". Ela é o freio do esqui - pelo menos, para os iniciantes na prática. A cunha é o movimento de abrir bastante as pernas, fechando os esquis, mas sem cruzá-los. "É fazendo a cunha bem aberta que você diminui a velocidade e ganha segurança", explica o instrutor Navarreta. "É preciso sempre olhar para a frente, atento aos obstáculos ou pessoas no caminho", continua. "Olhar para baixo, para os esquis, e ver a velocidade dá medo e deixa as pessoas que estão começando inseguras", completa. Aliás, focar a visão no horizonte, em uma paisagem estonteante, não chega a ser um grande esforço.
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A reportagem do Terra viajou ao Chile a convite de Termas de Chillán e LAN.